sábado, 7 de julho de 2007

Stanley Kubrick's "A Clockwork Orange"


" Choice! The boy has not a real choice, has he? Self-interest, the fear of physical pain drove him to that grotesque act of self-abasement. "

Em 1971, o grande diretor Stanley Kubrick adaptava o livro de Anthony Burgess, A Clockwork Orange, para as telas. Assim, surgira uma das maiores obra-prima da sétima arte..

A história, que se passa num futuro alternativo, segue a trajetória de Alex deLarge (interpretado por Malcolm McDowell). Alex é um jovem de classe média que, apesar do meio em que se encontra, mantém uma vida corrompida por drogas, brigas, roubos, estupros e muita violência; suas maiores diversões, sempre acompanhado de sua gangue de "droogs": Pete, Georgie, e Dim.

E é aqui que entra o primeiro tema em discussão, muito atual por sinal:
A violência de jovens de classe média.
Apesar de viverem em um mundo seguro e confortável, jovens como Alex sentem-se no direito de fazer o que bem entendem. Eles se acham acima da lei, e que nada aconteceram a eles, afinal, são a elite da sociedade. Esse pensamento somado a muitos outros fatores (do histórico familiar à influência negativa dos games) leva a tais atos de violência, como a agressão à doméstica no Rio, de semana passada.

Mas, voltando ao filme..
O filme começa com um belíssimo close nos olhos de Alex. Aqui, numa narrativa em primeira pessoa, Alex apresenta a si próprio e a sua gangue. Estes se preparam para mais uma noite de ultra-violence tomando uma rodada de 'milk plus vellocet' (uma espécie de droga misturada ao leite) no Korova Milk Bar (um cenário bizarro e psicodélico).

(Este é Alex, seu olhar ultra-violence, e seu copo de leite com vellocet.)

Após o esquenta, Alex e sua gangue saem noite afora: espancam um mendigo, arrumam uma boa briga com uma gangue rival, invadem uma residência, roubam o morador e estupram sua mulher. Bem horrorshow, nas palavras de Alex. E para completar a noite, um pouco de Ludwig van Beethoven.

Tudo vai "bem" até que seus companheiros, cansados de serem liderados por Alex, conspiram contra ele, o que resulta em
sua captura pela polícia.
A partir desse ponto, ocorre uma transformação estilo 'da água para o vinho'. Alex que até então é visto como um vilão malvado e impiedoso se transforma numa figura carismática. É o chamado anti-herói. As pessoas vão para seu lado, o defendendo. Parece até que seus atos de violência (como a infame cena do estupro) são esquecidos. E esse é outro ponto muito interessante a ser levantado: A piedade do ser humano para com 'monstros', diante a situações extremas.

Nosso anti-herói passa por uma jornada de torturas, o tratamento Ludovico, que o faz sentir repulsa por violência. Seus olhos são bombardeados por imagens de sexo e violência enquanto injetam nele drogas que alteram seu bem-estar. Após inúmeras sessões, Alex se torna incapaz de cometer qualquer violência. E aqui entra o principal tema do filme: a Liberdade de Escolha.

A Liberdade de Escolha é o que nos faz humano. Uma vez que esta é suprida, deixamos de ser indivíduos e nos tornamos simples máquinas - 'Clockwork'. E 'Orange' porque apesar de máquinas sem o poder de escolha livre, continuamos sendo seres/organismos vivos, como uma laranja.

(A laranja mecânica simboliza o ser humano sem a liberdade de escolha..
um simples organismo mecânico, sem vida.)


Uma coisa sensacional dessa obra prima é a infinidade de interpretações possíveis.
Pode ser que a mensagem essencial do filme não seja nada disso.. Porém, o gênio do Kubrick o fez de tal forma que inúmeros pontos de vistas sejam permitidos. Esta é a magia de um bom filme. Esta é a alma de toda e qualquer arte.

Laranja Mecânica é um filme moderno. Um daqueles que demoram a envelhecer, e até hoje são considerados atuais. Seu tema, tão avançado para época, lhe rendeu muita controvérsia e a proibição de exibição no Reino Unido, fato que chateou muito Kubrick. O diretor então, tirou a distribuição da Warner para o Reino Unido e sua exibição fora possível somente 28 anos depois, com a morte de Kubrick em 1999. Um gênio visionário e incompreendido.
Mas apesar da reação negativa em torno desse épico, o filme também lhe rendeu a indicação a 4 Oscares: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição. Além de três indicações ao Golden Globe nas seguintes categorias: Melhor Filme em Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator em Drama (Malcolm McDowell).

O melhor filme de todos os tempos, em minha opinião.
Do melhor diretor de todos os tempos, em minha opinião.


FIM.




Uma Curiosidade:
A canção "Singing in the rain", cantada por Alex durante a cena em que ele e seus colegas violentam uma mulher na frente de seu marido, só está no filme porque esta era a única música que Malcolm McDowell sabia cantar por inteiro. (fonte: wikipedia.com)

3 comentários:

Anônimo disse...

Eriqueijo
Não perdi 20 reais, eu entrei como era previsto!
Ganhei 20 reais, e só cheguei em casa agora pois estava farreando

Unknown disse...

Ericotaaa!
meeuh... gostei muito! haha! de verdade!
quando eu vi o tamanho da sua "filmesofia" deu uma preguicinha básica... mas depois que eu comecei a ler, ficou mó interessante! sério mesmo!
o filme parece meio bizarro, mas deu vontade de assistir! haha
depois do simulado, quem sabe?
beijo Ericotaa!
[e, caso a professora ainda não goste de vc... agora ela vai gostar! haha]

Unknown disse...

OOI !
sou eu..! Sofiaaa ! :D
sue blog eh mto interessante..eu pensei q fosse seu dia dia e tal.. mas naoo.. eh diferente!
q coisa horrivel q o alex e companhia fazem.. credoo...
entaooo... eh issoo..
vou vim aqui toda semana.. entao posta táa??
hahaha..
bjaooo! e parabéeeens..!